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Bahia Intolerância

Terreiro de Candomblé centenário em Muritiba é vítima de intolerância religiosa

Um muro foi suspenso na frente do terreiro impedindo as pessoas de entrarem e até mesmo alguns atos religiosos.

12/12/2024 09h16
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Foto: Reprodução / Redes Sociais

O advogado Nelson Aragão Filho, que é também ativista do Movimento Cachoeira Justiça e Paz, falou sobre um caso de intolerância religiosa que aconteceu na cidade de Muritiba e que foi denunciado por ele. O terreiro, da nação Jeje de Nagô, existe desde 1883 na cidade.

Segundo Nelson, que é presidente Comissão contra a Intolerância Religiosa da Seccional da Ordem dos Advogados de Cruz das Almas, um muro foi suspenso na frente do terreiro impedindo a entrada de pessoas para a prática dos atos religiosos. A agressão estaria sendo praticada por um dos moradores, junto com outras pessoas.

O advogado disse que o muro se distancia a menos de dois metros do terreiro. “Essa é uma agressão injusta, grosseira e estúpida. Ele acintosamente colocou uma muralha que se distancia a menos de dois metros do terreiro”. Nelson disse que, a princípio, sugeriu que a Ialorixá Juciene, mais conhecida como Iá Juci, conversasse com o morador em questão para evitar atritos e resolver a situação de forma amistosa. Como resposta, o vizinho acelerou a construção do muro. Esperamos que o juiz proceda pela derrubada porque é um verdadeiro absurdo o que foi feito”.

O muro impede, diz Iá Juci, as pessoas de entrarem no terreiro e uma saída de um ato religioso do local. O advogado entrou com uma ação de reintegração de posse e anunciação de obra nova. “É o que podemos fazer de imediato para salvaguardar o interesse e os direitos de um terreiro secular. Esperamos, confiamos na Justiça. Clamamos e conclamamos a todos os terreiros que se unam em defesa da Ialorixá contra essa agressão que ela está sofrendo”.

Iá Juci é neta de escravos. “Esse terreiro foi fundado pelo famoso Babalorixá Manezinho, no século XIX, em 1883. Nosso terreiro é registrado e continuamos ativamente com todas as atividades. Não é justo que venha a acontecer esse tipo de atrocidade. Tentamos dialogar por várias vezes, resolver de forma pacífica, porém não fomos levados a sério e nem respeitados em nossos direitos”, diz.

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