Foto: Divulgação / Sema
Setembro ainda nem acabou, mas até este sábado (28), a Bahia já registrou mais que o dobro de focos de queimadas na comparação com agosto, saltando de 949 para 2.411, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) consultados pelo site.
Levando em consideração que, em todo o ano, o estado registrou 5.840 focos ativos, o mês de setembro equivale, sozinho, a cerca de 40% do total. Ou seja, antes do período, a Bahia havia registrado 3.429 focos de queimadas — tendo as regiões do Oeste e Chapada Diamantina apresentando maior incidência. Confira:
Comparativo focos de queimadas na Bahia entre de 1998 até 27/Set | Fonte: Inpe
Devido aos impactos gerados pelas queimadas, o Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), lançou há quase 15 anos o Programa Bahia Sem Fogo. A diretora-geral da pasta e coordenadora da iniciativa, Daniella Fernandes, destacou ao BNews que os incêndios florestais são mais comuns na Chapada Diamantina, Oeste e Norte baianos por conta de uma série de fatores, incluindo a ação humana.
Essas regiões têm todas as condições para ter um incêndio florestal. Vegetação, tempo seco, baixa umidade e altas temperaturas. Aí o cidadão vai lá e faz uma queima de lixo na estrada ou na plantação. Esses locais têm uma condição muito favorável à propagação de incêndios, com ventos fortes, por exemplo. Então, mesmo que não tenha sido uma ação criminosa, essa queima pode se tornar um incêndio florestal”, destacou Daniella.
Números e ação humana
Até o momento, 1999 é o ano com menos registros de focos de incêndio na Bahia, com 3.774 ocorrências, seguido por 2018, com 4.956 casos. Apesar do aumento em setembro. O ano de 2024 aparece, atualmente, como o terceiro com menos focos registrados. Os dados integram a série histórica de monitoramento iniciada pelo Inpe em 1998.
Foto: Divulgação / Governo da Bahia
Os números apontam que, na Bahia, todos os meses de setembro registraram um aumento exponencial de focos de queimadas em comparação com agosto. De acordo com o meteorologista do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Aldírio Almeida, esse crescimento está diretamente relacionado à época do ano.
No entanto, o especialista destacou à reportagem que, além desse fator, a atividade humana também tem uma parcela generosa de contribuição, já que cerca de 99% dos incêndios florestais no Brasil são ocasionados por conta de interferência humana, seja ela acidental ou criminosa.
“A maioria absoluta dos incêndios florestais tem origem na atividade humana. Além disso, estamos num período seco, que tem bastante biomassa disponível para queima pelo próprio bioma. Com temperaturas muito altas, além da umidade muito baixa que favorece também ao ressecamento dessa vegetação, a presença de fogo acaba podendo gerar um incêndio e também facilitando a propagação desse fogo”, pontuou o meteorologista do Inema.
Para ampliar a conscientização, gerando maior prevenção, a Operação Blitz/Ronda Verde, que integra as ações do Bahia Sem Fogo, foi lançada na última quarta-feira (25). A iniciativa deve beneficiar ao menos 15 municípios divididos entre regiões Oeste e Chapada Diamantina.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Focos de calor, queimadas e incêndios
E se engana quem pensa que focos de calor, queimadas e incêndios são a mesma coisa. Essas outras “modalidades”, normalmente confundidas, são bem diferentes, como explica Aldírio.
“O foco de calor é aquele registro feito pelo satélite. Então toda vez que nós tivermos presença de fogo de superfície, uma frente de fogo de pelo menos uns 30 metros, o satélite acaba detectando, gerando o registro de um foco de calor. Já queimada é aquele uso de fogo de forma controlada. Por fim, o incêndio florestal é a presença do fogo na vegetação de forma descontrolada”, afirmou ao site.
Vale destacar que nem sempre o número de focos de calor vai corresponder ao número de incêndios florestais. Por exemplo, em uma área mais ampla com um incêndio florestal de grandes proporções, o satélite pode registrar vários focos de calor ali dentro.
O BNews reforça que a qualquer sinal de incêndio, a população deve ligar para o 193. As denúncias de queimadas ilegais e outros crimes ambientais podem ser feitas pelo telefone 0800 071 1400.
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