Mesmo com um menor número de nascimentos, os registros com pai ausente, de janeiro a agosto deste ano, são maiores que os dos últimos cinco anos no estado, se comparado o mesmo período. Das 95.809 crianças nascidas na Bahia em 2024, foram registradas apenas com o nome da mãe 8.140 - número é 2, 05% maior que a média dos últimos cinco anos, conforme dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ArpenBrasil). Tão enraizado em nossa sociedade, esse fenômeno já se tornou piada - o pai que sai pra comprar cigarro e nunca mais volta. Mas essa ausência causa impacto emocional e na busca por direitos dessas crianças.
A estudante Iana Paula dos Santos, de 21 anos, não cresceu com o pai por conta de uma fatalidade - ele morreu de a AVC quando ela ainda era recém nascida. Já o filho de Iana, Heitor de Jesus dos Santos, de 4 anos, não tem o nome do pai por uma escolha da figura paterna. A estudante conta sobre a diferença entre as situações. “Crescer sem meu pai não me afetou. Mas acho que vai afetar meu filho quando ele tiver consciência disso, por não saber lidar com essa ausência. Já me preparo para ter essa conversa com ele, que o pai não procurou registrar e não o costuma visitar”.
Sem o registro paterno não se pode pedir pensão alimentícia, ou se o pai for falecido não se pode pedir o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O registro é importante para que se possa exercer os direitos dele decorrentes.
Várias consequências
Para além de questões de cunho administrativo, essa ausência costuma trazer consequências emocionais, psicológicas e cognitivas para as crianças. Baixo rendimento escolar, agressividade, dificuldade em respeitar as regras, insegurança, sentimentos de inferioridade e de rejeição, baixa autoestima, são alguns dos possíveis prejuízos citados pela especialista em psicologia social e coordenadora de psicologia da Wyden, Tarcya Lima.
Através do comportamento da criança pode-se perceber as consequências dessa falta, que muitas vezes seguem para a vida adulta. “A ausência do pai vai impactar em muitas coisas. Você olha que a pessoa muito insegura é porque teve uma rejeição do pai, ou abandono. Ou se sofreu maus tratos, violência por parte do pai, isso gera feridas emocionais que seguem pra vida adulta”, explica a terapeuta transpessoal, Livia Meinking.
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