Esta semana começou um embate entre Alexandre de Moraes, ministro do STF, e Elon Musk, empresário. Este conflito gerou muitos comentários, textos em portais de política e tecnologia e discussões nas redes sociais. Vamos entender o que está acontecendo.
Elon Musk é dono do X (antigo Twitter), uma rede social muito usada para compartilhamento de pequenas postagens (o usuário comum é limitado a 140 caracteres por postagem). Esta rede já era muito utilizada por políticos há bastante tempo para divulgar suas ideias, campanhas, projetos, realizações, etc. Com o tempo, passou a ser usada também para atacar adversários, seja com argumentos (alguns bons, outros ruins, é importante frisar), seja com ofensas e acusações falsas.
Todos sabem também que foi instalado um Inquérito das Fake News com o objetivo de investigar a existência e criação de notícias falsas, calúnias, etc. Isso não é nenhuma novidade e os noticiários estão repletos de casos em que políticos, empresários e pessoas influentes passaram a ser investigados por participar neste tipo de crime.
E onde o X/Twitter entra nisso? Esta rede social, hoje de propriedade de Elon Musk, é um dos locais utilizados para divulgação de fake news e, assim como com qualquer outra rede, a justiça brasileira eventualmente solicita o bloqueio de contas de pessoas investigadas ou condenadas pela prática do ato criminoso. Mas esta semana a plataforma e o próprio Elon Musk se rebelaram e ameaçaram liberar as contas que foram bloqueadas por ordem judicial, acusando o ministro Alexandre de Moraes de ditador. Segundo Elon Musk, a liberdade de expressão irrestrita deve prevalecer. Porém, vamos a alguns fatos que derrubam esta tese e a suposta intenção de Elon Musk em defender a liberdade de expressão:
Primeiro: ele confunde as leis dos EUA com o resto do mundo. De fato, nos EUA há liberdade de expressão irrestrita ao ponto de não ser crime algumas expressões públicas consideradas preconceituosas e criminosas em outras partes do mundo, inclusive no Brasil. Portanto, isso não é motivo para desrespeitar a justiça brasileira. A lei dos EUA só se aplica aos EUA.
Segundo: continuando com o parágrafo anterior, liberar as contas dos usuários que foram bloqueados a pedido da justiça seria um ato de desrespeito à soberania nacional. Como uma empresa que atua no país ela deve atender à legislação do país. O mesmo valeria para qualquer território em que qualquer empresa multinacional queira atuar, não só no Brasil. Em outras palavras, a lei brasileira deve ser aplicada a empresas que atuam no Brasil.
Terceiro: hipocrisia! Elon Musk é um hipócrita, pois em momento algum vimos, como lembrou Guga Chacra em sua análise na Globo News, Elon Musk criticar a China, onde a sua rede social é totalmente proibida, ou a Arábia Saudita, onde pessoas foram presas por criticar um esquartejador. Mas o que há em comum nos dois casos? Elon Musk tem uma fábrica da Tesla na China (pra quem não conhece, a Tesla é a marca de carros elétricos dele) e a Arábia Saudita faz gordos investimentos em suas empresas. Alguém acha que ele vai pôr a fábrica e o dinheiro que recebe da Arábia Saudita em risco?
Quarto: complementando a hipocrisia citada no parágrafo anterior, em momento algum Elon Musk criticou o governo dos EUA por tentar banir o TikTok, rede social chinesa. É de fato um hipócrita! Isso deixa claro que ele não tem preocupação alguma com liberdade de expressão na Internet.
Há quem diga que a motivação para essa crítica à justiça brasileira e consequentemente ao governo tem relação com a instalação da fábrica da BYD, marca de carros elétricos chinesa, em Camaçari. Segundo a Forbes Brasil, a BYD ultrapassou a Tesla e é a maior fabricante de carros elétricos do mundo. O domínio do mercado de veículos elétricos já não é mais de Elon Musk e há uma grande aposta de que não volte a ser no futuro.
Seria esta a real razão do ataque hipócrita de Elon Musk às instituições brasileiras?
Por João Paulo Just Peixoto
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