Como já publicado no Boca de Forno News, a Câmara Municipal de Feira de Santana rejeitou o projeto de lei para concessão da Medalha Zumbi dos Palmares ao músico feirense Gilson Souza Santana, mais conhecido como Gilsam do Reggae. Na opinião do autor da proposta, vereador Silvio Dias (PT), a decisão é uma verdadeira demonstração de intolerância religiosa e discriminação racial na Casa da Cidadania.
Em contato com o artista, Gilsam falou sobre a sensação de ter uma honraria como essa rejeitada para ele. “É uma sensação ruim quando você é aviltado, desqualificado e invisibilizado. O que aconteceu nesta quinta-feira (24) foi uma estratégia por parte do vereador que nem citarei o nome. Ele conseguiu cooptar outros vereadores que saíram da sessão e não teve o quórum necessário para a aprovação da matéria”, lamenta.
Para Gilsam, isso demonstra como o racismo ele se caracteriza ora de maneira explicita, ora de maneira implícita. “Negar uma Medalha Zumbi dos Palmares é legitimar a forma social escravista. E, infelizmente, ela permanece na sociedade”.
Gilsam diz que a tristeza maior não é o fato de deixar de dar essa medalha ao militante do movimento negro, do educador e nem pela questão pessoal, mas pela representatividade de uma raça que é historicamente discriminada e sofre pelo racismo.
Edvaldo Lima (PP) sempre se intitulou como uma pessoa preta. Gilsam acredita que o vereador demonstrou ontem que não tem “sentimento de pertença”. “Ele tem as características fenotípicas negras, se auto identifica como negro, mas a postura ideológica dele é a postura da branquitude, da branquidade. Ele se distancia dos seus irmãos e irmãs que historicamente sofreram e sofrem com o racismo sistêmico. Ali, naquele instante, ele mais uma vez legitimou o racismo institucional”, finalizou.
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