Florilpes Maria Martins, mais conhecida como Tia Anita, contou em entrevista ao Boca de Forno News um pouco das histórias vividas nos seus 102 anos.
Nascida no município de Conceição do Coité, Tia Anita ficou conhecida em Feira pela sua tradicional feijoada. Foi vendendo feijoada que ela conheceu muitas pessoas e fez muitos amigos. Entre os clientes, Colbert Martins pai, José Ronaldo e José Falcão.
A família de Tia Anita é grande, ela teve 11 filhos, no entanto, 3 já faleceram. São 10 netos, 6 bisnetos e 2 tataranetos.
Ela, que cresceu na zona rural, conta que a vida na fazendo da família era ótima, com muita fartura.
“Era uma vida boa, muita fartura. Meu pai tinha uma fazenda muito grande, tinha muito gado. A casa com 12 filhos, cheia de gente, ele viajava é minha mãe tomava conta de tudo. Quando ele chegava, estava tudo em ordem. Era tudo muito bom, graças a Deus”, afirmou Tia Anita.
Centenária, ela contou ainda que ajudava as pessoas durante a seca do ano 1932, quando pegava alimentos escondido da mãe para doar para pessoas menos favorecidas na época. Ela destaca ainda que muitas coisas mudaram com o passar dos anos.
“Muita coisa mudou, é diferente daquilo que passou. Era tudo difícil, hoje é tudo fácil, mais suave, mais leve e mais independente todo mundo, não depende dos outros”, disse.
Muitos feirenses foram para a guerra, segunda Tia Anita. Antes de ir, se concentravam no bairro Capuchinhos.
“As famílias ficavam só, sem solução, porque não existiam recursos, muitos morriam de fome, não existia ajuda. Quem tinha, não dava, tinha que conservar o que tinha. Muita gente morreu de fome quando os maridos e os filho que iam para a guerra”, pontuou.
Com 102 anos e muita lucidez, ela atribui a longevidade a Deus e diz que come de tudo e tem apenas dor no joelho.
“Jesus me deu esse poder, essa força, essa glória. Agradeço a Deus todo dia, pela força que ele me dá, pela saúde que eu tenho. Eu hoje, nessa idade de 102 anos, eu só sinto a dor do joelho, não sinto dor de cabeça. Eu como feijão, farinha, carne, até mocotó, se cozinhar eu como”, disse ela em tom bem-humorado.