Os consumidores que dependem do botijão de gás para cozinhar podem sofrer com a falta do produto nas revendedoras nos próximos dias. De acordo com Sindicato dos Revendedores de Gás (Sindigás), cerca de 300 revendedoras fecharam as portas por causa do desabastecimento de gás, que ocorre há seis meses na Bahia.
A Mello Santos Comercial de Gás, em Simões Filho, na Bahia, está na lista das revendedoras que tiveram que interromper as atividades. De acordo com Rosana Mello, proprietária da revenda, o estabelecimento está fechado há quatro dias por causa do desabastecimento. “A última carga que chegou foi na última quinta-feira (3), e desde sexta-feira (4) estou sem gás. A carga que a gente recebe não passa de dois dias por causa da movimentação. Desde sábado passado, domingo, segunda e terça estou sem trabalhar pela falta do gás”, desabafou a empresária.
Em seguida, Rosana Mello pontuou que a pandemia da Covid-19 obrigou o enxugamento do quadro de funcionários da empresa e que novamente se vê forçada a interromper a contratação de novas pessoas. “A gente já vem fazendo uma retração das despesas desde a pandemia. Veio a Covid-19 e as vendas quebraram muito. Muitas revendas fecharam e não abriram mais. E agora com essa falta do gás, que está acontecendo só na Bahia, temos diminuído bastante o número de funcionários. Recentemente tive uma funcionária que se aposentou e não contratei ninguém para colocar no lugar dela [por causa do atual cenário]”, revelou.
O comunicador Vivaldo Marques, de 25 anos, é jornalista por amor e cozinheiro por hobby. Ele contou que é desesperador saber que o gás de cozinha está escasso nas revendedoras. “Chega ser um pouco desesperador a falta do gás. Eu, por exemplo, não cozinho todos os dias, cozinho por hobby, e isso já é um baque! Imagine as pessoas que vivem disso, que dependem do gás para sobreviver?”, refletiu.
O diretor do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), Robério Souza, afirmou que o problema enfrentado pelas revendedoras se arrasta por meses. Ele teme que a população não consiga mais encontrar o gás de cozinhas nos próximos dias. “Estamos enfrentando um delay - atraso - de desabastecimento nos últimos seis meses, mas nos últimos 15 dias esse atraso se atenuou, chegando realmente a faltar gás no estado da Bahia. Neste momento, 40% das revendas do município de Salvador estão fechadas por falta de produto. A Acelen diz que nos próximos dias irá normalizar o abastecimento, mas os consumidores têm enfrentado dificuldade para encontrar o gás no seu lugar de preferência. Eles estão se deslocando para poder encontrar uma loja aberta com o produto. Se o abastecimento não for normalizado, as revendedoras abertas só têm ‘pulmão’ para mais um dia [de funcionamento]”, declarou.
Por meio de nota, a Acelen, empresa que opera em Mataripe, que sozinha, responde por 14% de toda a capacidade de refino do Brasil, informou que “as unidades da refinaria estão passando por manutenção programada e que foi necessário ajustar os prazos originalmente previstos para retomada de produção por questões de segurança.” Questionada sobre a retomada do abastecimento das revendedoras, a empresa apenas informou que espera “nos próximos dias regularizar o cronograma de produção para retomar o abastecimento”, finalizou.
Mín. 17° Máx. 30°
Mín. 17° Máx. 32°
Tempo limpoMín. 18° Máx. 31°
Tempo limpo