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Feira de Santana Abril Verde

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Feira de Santana fala sobre acidentes de trabalho

Thiago Azevedo disse que muitos trabalhadores estão tendo cortes profundos e dedos esmagados cumprindo suas funções.

30/03/2022 10h27
Por: Karoliny Dias Fonte: Boca de Forno News
Foto: Reginaldo Júnior
Foto: Reginaldo Júnior

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Feira de Santana, Thiago Azevedo, foi até a Câmara de Vereadores de Feira de Santana utilizar a tribuna livre, na manhã desta quarta-feira (30), e denunciar o grande número de acidentes que acontecem com a categoria na cidade. 

Conforme Thiago, próximo mês é  o Abril Verde em prol da prevenção de acidente de trabalho. "Esses acidentes acontecem não só com a nossa categoria, mas em todas as outras. O que chama mais atenção são os tipos de acidente e como eles acontecem. Sempre estamos falando sobre a Belgo Bekaert, que hoje é a empresa que mais lesiona e acidenta os seus trabalhadores. Precisamos mostrar para a sociedade e declarar que é preciso dar um basta nessa situação", afirmou.

Para o presidente, o acidente nunca acontece por acaso, mas por descaso. Ele convocou ainda os trabalhadores a denunciarem os acidentes que sofrem. Muitas vezes o trabalhador se acidenta, a empresa afasta ele e o coloca de canto, no almoxarifado, por exemplo. "E aí acaba não se classificando como um acidente. E essa lesão que o trabalhador tem pode durar por toda a sua vida". 

Na empresa Belgo Bakaert tem acontecido muitos cortes e esmagamentos, ressalta Thiago. E ninguém sabe o que pode acontecer mais para a frente com essa lesão. "Pode acontecer uma inflamação e o trabalhador vir perder o seu dedo".

O número de trabalhadores apenas da empresa Belgo Bekart dos últimos dois anos são de 45 que fizeram a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) que foram preenchidas pelo sindicato. "O que chama a nossa atenção é quantidade de esmagamentos que estão acontecendo. Temos fotos de trabalhadores perdendo as pontas dos seus dedos, com cortes profundos em que eles precisam ficar afastados por um bom tempo. Mas a empresa vem tomando algumas atitudes através de atestados e coloca o funcionário para poder trabalhar. Coloca trabalhadores em outras funções ou muitas vezes dão férias a eles para eles não trabalhar".

Thiago foi a Casa da Cidadania na companhia de vários trabalhadores que adquiriram problemas psicológicos por conta do acidente sofrido. "Esse trabalhador passou um bom tempo sem recurso nenhum. Foi tirado o seu recurso por conta do preenchimento errado da sua CAT. São pessoas com problemas nos ombros, na coluna que estão passando por momentos de dificuldade por causa eles", explica.

Esses acidentes estão acontecendo em outras empresas também, mas o que chama a atenção dessa empresa denunciada é a quantidade de trabalhadores afetados por acidentes de trabalho. O sindicato fez uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho, onde foi anexada a quantidade de TACs que foram preenchidas e a quantidade de acidentes que aconteceram. Até o momento a empresa não foi notificada, ressalta Thiago. "Mas não por conta do Ministério Público.  Muitas vezes o órgão notifica e a empresa não responde. Queremos que  a empresa venha conversar em relação a esses acidentes. O nosso objetivo é que o trabalhador saia de sua casa para cumprir a sua função, dê o seu suor e volte para ela do jeito que foi", diz. 

Caso algum trabalhador sofra um acidente e não esteja tendo a atenção necessária pela empresa, ele deve procurar o seu sindicato. "O nosso sindicato fica na Rua Humberto de Campos, n° 151, no bairro Queimadinha. Nós damos apoio jurídico e já se conseguimos reverter várias situações de trabalhadores que foram INSS e fizeram o preenchimento de CAT da forma errada".

Thiago disse que respeita muito a Gerência do Trabalho e o CEREST, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, que acompanha os casos do sindicato. "Para você ter uma noção, todas as nossas CATs que estão na Gerência do Trabalho passam pelo CEREST. É dessa forma que lidamos com o acidente de trabalho, que não é bom para ninguém, nem para o trabalhador, nem para o sindicato, nem para a empresa", finalizou.

Com informações do repórter Reginaldo Júnior

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