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Desobrigação do uso de máscaras em cidades baianas divide opiniões

Após Ministério da Saúde confirmar casos de combinação das variantes Delta e Omicron, há quem se pergunte se a decisão de remover o equipamento não seria precipitada.

16/03/2022 09h34
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Romildo de Jesus
Foto: Romildo de Jesus

Diante dos progressos consistentes que a Bahia tem vivido com os indicadores da Covid-19, com ocupação das UTIs abaixo de 30% e casos ativos na faixa dos 2 mil, mais cidades sentiram que o momento permite a flexibilização no uso das máscaras de proteção. Depois do anúncio das prefeituras de Porto Seguro e Mata de São João no último sábado (12) que desobriga o equipamento em ambientes abertos e vias públicas, foi a vez do município de Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo, permitir a circulação sem máscara nessas situações. O decreto foi publicado na última segunda-feira (14), e mantém o uso obrigatório em ambientes fechados. Em Itanagra, no centro-norte baiano, a alta taxa de vacinação levou o prefeito Marcus Sarmento (PP) a também flexibilizar ao ar livre.

A população está dividida: enquanto alguns acham que já passou da hora, outros pensam que é uma decisão precipitada. De acordo com a Prefeitura de SAJ, a medida vem num momento em que não há pacientes internados em hospitais e a transmissão está mais baixa. São seis pacientes ativos no momento, nenhum deles com quadro grave. Porém, mesmo com o avanço, a luta contra o novo coronavírus pode ganhar um novo capítulo: ainda ontem, o Brasil confirmou dois casos da chamada ‘Deltacron’, que é uma recombinação das variantes Delta e Omicron. Ambos foram na Região Norte, segundo o ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

O Ministério ainda não tem uma estratégia para enfrentar essa linhagem e deve se posicionar no incentivo à tomada da dose de reforço, assim como foi durante o surgimento da Omicron. “Nós estamos monitorando todos esses casos. As variantes estão sendo classificadas como variantes de importância, variantes de preocupação, e as autoridades sanitárias estão aqui para, diante dessas situações, tranquilizar a população brasileira. As medidas são as mesmas. E, se eu tivesse que indicar uma medida, é a aplicação da dose de reforço”, disse Queiroga.

Por aqui, a flexibilização das máscaras ainda gera muita discussão, principalmente porque a 3ª dose, requisito importante para dar esse passo, está a passos de tartaruga: segundo o vacinômetro da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), apenas 38,29% da população acima de 18 anos habilitada recebeu o reforço. O governador Rui Costa (PT) havia dito que pensaria no afrouxamento em ambientes abertos a partir de abril, mas por enquanto, nada feito. “Canja de galinha e cautela não fazem mal a ninguém, principalmente quando se trata de uma doença que mata e é altamente contagiosa. Vamos aguardar um pouco”, declarou o gestor, que está atento aos indicadores epidemiológicos.

Em Salvador, a situação está um pouco melhor: 53% dos moradores com nome na lista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já foi buscar a dose de reforço. Contudo, ainda não foi sinalizada a desobrigação do uso de máscaras para os soteropolitanos, em qualquer ambiente. O prefeito Bruno Reis (UB) acredita que a responsabilidade de decisão para flexibilizar deve competir aos municípios, e também observa os cenários de internamento e vacinação na cidade.

Já o titular da SMS Leo Prates acha que seria melhor pensar na retirada das máscaras a partir do fim de abril. “O mês de abril, mesmo antes da pandemia, é um mês histórico com pico de síndromes respiratórias. Podemos ter uma alta no número de atendimentos, como ocorreu no pico da Ômicron”.

 

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