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Polícia Monjauro

Operação cumpre mandado em Feira de Santana contra médico acusado de fabricação ilegal e venda de Monjauro

Operação Slim cumpre 24 mandados em quatro estados contra estrutura ilegal de fabricação e distribuição

27/11/2025 11h18
Por: Mayara Nayllanne
Foto: Divulgação/ Polícia Federal
Foto: Divulgação/ Polícia Federal

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (27), a Operação Slim, destinada a desarticular uma rede dedicada à produção, fracionamento e comercialização clandestina do princípio ativo tirzepatida, utilizado na fabricação do medicamento Monjauro, substância injetável para tratamento de diabetes e obesidade que se popularizou no país como opção rápida de emagrecimento.

Um mandado de busca e apreensão foi cumprido em uma clínica de Feira de Santana no edifício Premiê, na Avenida Getúlio Vargas. O principal alvo da operação é o médico baiano e especialista em cirurgia geral Gabriel Almeida, que também atua como influenciador digital e possui mais de 750 mil seguidores nas redes sociais.

Segundo as investigações, além de Feira de Santana, ele também possui clínicas em Salvador e outras cidades do Brasil, como São Paulo e Pernambuco.

De acordo com a Polícia Federal, o médico influenciador utilizava as redes sociais para propagar conteúdos sobre estética e saúde, além de oferecer o produto e o tratamento para emagrecimento através do Monjauro, como se fosse uma prática legalizada. Ele, no entanto, teria manipulado a fórmula com o princípio ativo para fabricação em larga escala do medicamento, utilizando-se da marca do fabricante Monjauro, sem autorização e nenhum controle sanitário.

A investigação, que começou há cerca de um ano, após denúncia da fabricante do Monjauro, identificou que o grupo mantinha uma estrutura de fabricação em condições incompatíveis com padrões sanitários, realizando envase, rotulagem e distribuição do produto de forma irregular. Foram encontrados indícios de produção em série em escala industrial, prática não permitida no âmbito da manipulação magistral autorizada pela legislação vigente.

A apuração também revelou a comercialização do material por meio de plataformas digitais, sem controles mínimos de qualidade, esterilidade ou rastreabilidade, elevando o risco sanitário ao consumidor. Além disso, estratégias de marketing digital induziam o público a acreditar que a produção rotineira da tirzepatida seria permitida.

As medidas cumpridas hoje visam interromper a atividade ilícita, identificar os responsáveis pela cadeia de produção e distribuição e recolher documentos, equipamentos e insumos que auxiliem na análise laboratorial e perícia técnica dos materiais apreendidos.

Conforme a PF, além da Bahia, também estão sendo cumpridos 24 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, em clínicas, laboratórios, estabelecimentos comerciais e residências ligadas aos investigados. Participam da operação agentes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e das vigilâncias sanitárias dos estados onde os mandados estão sendo cumpridos.

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