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Bivar acusa ACM Neto de articular sua saída e cita esquema de propina de Rueda para controlar União Brasil

Bivar relata que Rueda alugou apartamento em SP para receber 'encomendas' e formou quadrilha familiar dentro do partido.

12/08/2025 08h44
Por: Karoliny Dias Fonte: BNews
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados - Dinaldo Silva / BNews - Divulgação
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados - Dinaldo Silva / BNews - Divulgação

O ex-presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), acusa o atual líder da sigla, Antonio Rueda, de vender o controle de diretórios estaduais e municipais em troca de propina. Segundo ele, as negociações ocorriam em hotéis e em um apartamento alugado em São Paulo “para receber encomendas”.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Bivar afirmou que o ex-prefeito de Salvador e secretário-geral do partido, ACM Neto, aproveitou uma crise interna envolvendo o diretório do Amazonas para articular sua saída da presidência e entregar o comando a Rueda.

“Ele [Rueda] insinuou para que eu anulasse a eleição lá. Escrevi a carta, e ele recebeu uma prensa do Marquinhos, o ‘rei do lixo’ [José Marcos Moura] e do ACM [Neto]. Eu disse que não iria desfazer, e esse foi o grande motim que o ACM aproveitou para dizer: ‘Olha, Rueda, se você vier para o nosso lado, a gente faz você presidente’. Beliscou ele com a mosca azul”, disse Bivar.

Venda de diretórios e acusações

Bivar relatou que presenciou “negociatas” de Rueda no hotel George V, em São Paulo, e que ouviu do atual presidente do partido que havia alugado um apartamento na cidade para receber “encomendas” ligadas a negócios do escritório de advocacia. “Mal sabia eu [na ocasião] que [aquilo] era propina.”

Segundo o deputado, foram vendidos diretórios do Rio de Janeiro, de São Paulo e “tantos outros”. Ele afirma que Rueda “formou uma quadrilha familiar” dentro do União Brasil, preenchendo postos de delegados com empregados e aliados próximos para assegurar maioria nas decisões internas.

Ruptura e críticas a ACM Neto

Bivar disse que Rueda recebeu R$ 200 mil mensais de suas empresas por serviços advocatícios e que o manteve como aliado político por mais de 20 anos. Sobre ACM Neto, ele afirma que o ex-prefeito sabia com quem estava se associando ao apoiar Rueda.

“Se tem negócio, então tem tratativa política. Se não tem negócio, então não tem tratativa política. Negócios de toda ordem. ‘Quanto é que o secretário de Transportes contribui para o partido por mês? X. Então tá bom, a gente vai te apoiar’.”

O deputado afirma que deixará o União Brasil até abril, durante a janela partidária. “Enquanto for dirigido por alguém que trata só de negociatas, não posso participar.”

O que dizem os citados

Em nota, Antonio Rueda disse que as declarações de Bivar são “delírios e calúnias” e que o ex-aliado “foi rejeitado nas urnas, afastado pela Justiça, responde a processos e agora recorre a delírios e calúnias para tentar justificar sua irrelevância política”. Ele também acusou Bivar de ameaçar sua filha de 12 anos, o que o deputado nega.

ACM Neto não se manifestou até a publicação desta reportagem.

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