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Polícia deflagra megaoperação contra facção que matou músicos na RMS; alvo usava mata como fortaleza

Coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari, a ação tem como foco o cumprimento de diversos mandados judiciais.

13/06/2025 09h02
Por: Karoliny Dias Fonte: BNews
Foto: Filipe Conceição e Tony Silva / Polícia Civil
Foto: Filipe Conceição e Tony Silva / Polícia Civil

Uma verdadeira força-tarefa foi desencadeada na manhã desta sexta-feira (13) na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Batizada de Capitães de Areia, a megaoperação policial mira um grupo criminoso com atuação estruturada, violenta e com raízes profundas em áreas litorâneas da região. Coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari, a ação tem como foco o cumprimento de diversos mandados judiciais.

O alvo da operação é uma facção que transformou uma comunidade cercada por mata densa e acessos restritos em uma verdadeira fortaleza do crime. De acordo com a Polícia Civil, a localidade vinha sendo usada como ponto estratégico para esconder armas, guardar drogas e servir de abrigo para criminosos. A geografia do lugar — com trilhas estreitas e grande fluxo de moradores e turistas — dificultava o acesso das forças de segurança e favorecia as ações do bando.

Entre os crimes investigados estão homicídios que chocaram a população baiana, como os assassinatos brutais dos irmãos percussionistas do grupo afro Malê Debalê, Gustavo Natividade, de apenas 15 anos, e Daniel Natividade dos Santos, de 21, ocorridos em outubro de 2024. Outro crime bárbaro atribuído à facção é a execução de Victor Guilherme Pereira de Souza, morto na madrugada de 17 de abril deste ano, em Galo Assanhado, bairro de Areias. Segundo as investigações, ele foi alvejado em uma emboscada arquitetada por cerca de 20 homens armados, em mais um episódio da sangrenta disputa pelo controle do tráfico na região.

A operação também aponta que o grupo conta com reforços de criminosos de outras localidades, o que explicaria seu poder bélico e a ousadia com que tenta expandir território. A busca por armas, drogas e documentos ocorre simultaneamente em diversos imóveis usados como esconderijo pelo bando.

A Capitães de Areia reúne um aparato de peso da segurança pública baiana. Participam da ofensiva os Departamentos de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), de Polícia Metropolitana (Depom), de Inteligência Policial (DIP), de Polícia do Interior (Depin), Especializado de Investigações Criminais (Deic), e Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Também reforçam a operação a Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), o Departamento de Polícia Técnica (DPT), a 59ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) e o Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto).

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