Após não ter seu pedido de socorro atendido, Adnailda Souza Santos, 42 anos, veio a óbito após passar horas no aguardo e implorar por oxigênio dentro da unidade de atendimento médico na UPA do Pau Miúdo, na última terça-feira (11). O caso revoltou familiares e amigos e foi gravado pelo seu companheiro, o Pastor Sidnei Monteiro, que estava presente durante os momentos de agonia da vítima.
Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver Cida, como era carinhosamente conhecida, clamando por socorro e alegando estar com falta de ar, enquanto está sentada numa cadeira de rodas. “Eu não consigo respirar” “Doutor libera oxigênio, por favor” “Eu não estou brincando”, dizia ela, com a voz sufocada. À angustia de Cida é visível enquanto lutava pela própria vida, no momento que aguardava atendimento.
Adnailda chegou à UPA as 17h com dificuldades respiratórias e as 20h ainda estava esperando por atendimento, desesperadamente por oxigênio. A família ainda alega uma tentativa de silenciamento por parte dos policiais militares chamados para “conter os ânimos” das vítimas.
“A família está toda desolada, muito confusa querendo entender, e sem acreditar o que aconteceu. Não sei se posso chamar senhor João Otávio de médico ou de assassino. A verdade é que lhe faltou empatia , e compromisso com a profissão. E para piorar nossa situação já vai fazer 24 hora que estamos aqui na UPA e nem o corpo eles querem liberar.” afirmou Paulo Brito, cunhado de Adnailda.
O casal que não recebeu nenhuma assistência médica alega uma tentativa de silenciamento por parte dos policiais militares chamados para “conter os ânimos” das vítimas. A presença policial reforça a negligência, associada à falta de estrutura e atendimento para amparo das vítimas. O caso expõe as falhas crônicas no atendimento emergencial e a falta de assistência rápida.
Em nota, a Secretaria Municipal de Salvador lamentou o óbito e afirmou que a paciente foi “prontamente encaminhada para atendimento prioritário conforme classificação de risco laranja” ao chegar na UPA.
“Durante consulta médica, houve piora do quadro de dor e a paciente foi prontamente e caminhada para a sala de assistência a pacientes críticos e iniciadas, de imediato, medidas de suporte a vida. Apesar de todas as manobras clínicas instituídas, ela evoluiu para óbito”, afirma a Secretaria Municipal de Salvador.
Familiares e amigos de Adnailda contestam a nota divulgada pela SMS por não relatar o que de fato ocorreu no local e ressaltou que a vítima recebeu uma pulseira da cor amarela ao chegar ao local, simbolizando a não urgência no atendimento. Além dos fatos descritos pela pasta não condizerem com o que foi filmado e narrado pelo esposo da vítima. Adnailda deixa duas filhas, uma criança de 7 anos e uma jovem de 22 anos. Até o momento, não há informações sobre o sepultamento.
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