O “Palavra de Médico” deste domingo (22) foi sobre ansiedade

O tema do quadro “Palavra de Médico”, do programa Boca de Forno, da Rádio Sociedade News, deste domingo (22) foi sobre ansiedade. O médico Tarcízio Pimenta diz que, em uma pesquisa feita em vários aplicativos, “ansiedade” foi eleita a palavra mais citada do ano de 2024 e a que mais preocupa as pessoas. “O que reflete o sentimento da população. Ansiedade é um dos transtornos enfrentados pelas pessoas ao longo do ano e do seu dia a dia. 22% dos brasileiros escolheram essa palavra como a principal do ano”.

Até mesmo o andamento da economia traz ansiedade para as pessoas. “As pessoas estavam preocupadas com a alta do dólar e com o aumento dos produtos, o que deixa as pessoas ansiosas. 68% da população brasileira tem ansiedade, mais da metade deles não procuram atendimento e resolver o seu problema de saúde mental que precisa ser tratado. A cada dez pessoas, sete vive esse problema. Isso causa uma série de transtornos e problemas. A ansiedade pode virar uma doença forte se não tratada, causando ansiedade crônica”.

A ansiedade crônica prejudica a pessoa a viver e todo ansioso tem medo. Ele diferencia ainda os tipos de ansiedade. “A ansiedade faz também as pessoas estudarem. Eu sempre fico ansioso e me preparo para falar aos domingos nesse programa. Tem ainda aquele que vai fazer uma prova, um concurso, que vai falar em público. Essa é uma ansiedade boa porque te estimula, mas a ansiedade que te traz a preocupação de que tudo vai dar errado começa a virar uma ansiedade patológica”, explica.

É bom ainda distinguir ansiedade da depressão, ressalta o médico. “Não é muito comum o depressivo ficar ansioso, mas é muito comum o ansioso ficar depressivo. A ansiedade é na realidade o excesso de futuro. As pessoas se preocupam com o que vai acontecer daqui a um ano. Enquanto a depressão é um excesso de passado. O ansioso quer fazer tudo, muitas coisas ao mesmo tempo, mas não consegue fazer nada. Tem crises de falta de ar, tremedeira. Já o depressivo foge das coisas, não tem ânimo para fazer nada. Ele chora, é triste”.

O ansioso quando sente arritmia acha que está infartando, se tiver uma dor no estomago está com câncer, se tiver uma dor de cabeça forte vai ter um AVC. “O ansioso odeia esperar os outros. Não quer esperar em fila de banco, supermercados, encontros, hospitais. Fica irritado. Não gosta de pessoas lentas ao seu lado, quer que as pessoas raciocinem da mesma forma que ele, rápido. Para esses, eu indico fazer yoga, fazer exercícios físicos, beber muita água”.

A desordem e a desarrumação da casa afetam nosso cérebro. “O ansioso não gosta de bagunça. A desordem ativa vários fatores da nossa sensibilidade que levam a você tomar decisões e causar sobrecargas. Procure arrumar sua casa. É necessário que faça isso”.

As alergias e coceiras na pele são muito comuns nos ansiosos. “Como também a enxaqueca, a sensação de inflamação na garganta, muita fome ou pouca fome, dores musculares”.

A ansiedade também tem sintomas estranhos. “Atropelar as palavras enquanto fala. O ansioso faz muito isso. Ele quer falar muito rápido e acaba atropelando as palavras. Ou esquece o que estava falando no mesmo diálogo. Bocejar em uma conversa com alguém. Sentir vontade de ir no banheiro várias vezes. Começar a suar de repente. Não querer ficar em grupo ou desmarcar compromissos em cima da hora. Se você está assim, está ansioso. Procure um psicólogo, um neurologista ou um psiquiatra. Acabem com essa história e tabu de que quem está ansioso está doido. Ansiedade não é brincadeira e muitas vezes as pessoas da própria família não dão valor”.

Existem medicamentos para o tratamento. “O ansiolítico, antidepressivos. Não tome remédio para dormir para curar ansiedade. Ela pode se transformar numa doença e precisa de um tratamento e orientação correta para você viver. Você precisa controlar o estresse, que é uma doença terrível que causa problemas e dificuldades”, finaliza. 

Ouça do “Palavra de Médico” sobre ansiedade aqui.