O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, foi assassinado a tiros na tarde desta sexta-feira (8), no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele era jurado de morte pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Gritzbach, ligado à facção criminosa, teria se envolvido numa série de problemas com o grupo.
Ele já havia escapado de um atentado do PCC no Natal do ano passado, enquanto celebrava a data com a família na sacada de seu apartamento na zona leste de São Paulo. O ataque aconteceu no início da noite do dia 25 de dezembro. Gritzbach estava na sacada de um prédio no Jardim Anália Franco, bairro nobre da zona leste. Ele disse à polícia que estava distraído quando foi surpreendido por um disparo de arma de fogo feito em sua direção. Ninguém foi atingido.
Primeiro em 2021, acusado de ser o mandante do homicídio de dois homens ligados ao PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Por isso, ele ficou preso até 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional e passou a usar tornozeleira eletrônica.
Conforme denúncia do Ministério Público, a morte ocorreu "em razão de desavenças financeiras". Policiais do DHPP (departamento de homicídios) afirmaram, em 2022, que Cara Preta teria passado US$ 100 milhões a Gritzbach para que ele, com um comparsa, investisse o valor em criptomoedas. O dinheiro, no entanto, sumiu, e Anselmo foi morto ao lado de Sem Sangue, seu motorista.
No final de 2023, o empresário sofreu um atentado em um imóvel no Tatuapé, zona leste de São Paulo. Policiais chegaram a afirmar para a Folha, à época, que a morte dele era uma das missões repassadas aos integrantes da facção criminosa.
Ainda no ano passado, Gritzbach entrou novamente na mira da Justiça, sendo denunciado sob acusação de lavagem de dinheiro e financiamento de organização criminosa. Ele teria usado dinheiro do PCC para comprar imóveis no condomínio Riviera de São Lourenço, em Bertioga, no litoral paulista.
A investigação da Promotoria diz que o dinheiro usado na compra dos imóveis era de Cláudio Marcos de Almeida, o Django, "notório integrante da facção criminosa armada e transnacional denominada Primeiro Comando da Capital", segundo a denúncia.
Em março deste ano, Gritzbach assinou um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público e entregou supostos esquemas do PCC.
Contratos, comprovantes de pagamento e registros de tela de conversas no WhatsApp entregues pelo empresário indicam uma suposta participação dos criminosos na contratação de jogadores da elite do futebol brasileiro e mundial.
A principal suspeita dos promotores é de lavagem de dinheiro do tráfico na aquisição dos atletas, por meio de empresas agenciadoras de jogadores de futebol.
O ataque que culminou na morte de Gritzbach aconteceu na entrada do terminal 2 do aeroporto de Guarulhos. O carro suspeito de ter sido usado no ataque foi encontrado abandonado na cidade. Equipes do DHPP e de batalhões de Choque, como a Rota, foram direcionadas para o aeroporto.
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