A carateca Sophia, de dez anos, há um mês estava no Japão para competir no Mundial de Karatê. Ela treina na academia Astecas, que fica no Ponto Central. Sophia fala sobre as dificuldades para conseguir chegar a competir em outro país. Segundo ela, fez uma campanha, rifas para conseguir juntar o dinheiro de ir. Ela foi no dia 15 de julho deste ano e voltou 29. “Meu sonho era conhecer o outro lado do mundo. Foi uma experiência incrível. Se fosse mais perto, com certeza eu voltaria”.
Ela foi junto com sua mãe, Romana, e foram as primeiras a ir. “Quando chegamos éramos apenas nós duas. Fomos até o hotel de Uber, mas não consegui dormir por causa do fuso horário. A cultura, a alimentação, é tudo diferente. Minha maior dificuldade foi na hora de comer. Foi péssimo. Somos acostumados com feijão e comer a comida japonesa foi diferente e nada fácil”.
Participou de quatro competições: do comitê, que é a luta, comitê em equipe, comitê individual, kata, que é uma luta imaginária com apenas o competidor, a individual, e kata em equipe. “No kata individual não consegui trazer uma medalha, infelizmente. Acho que fiquem em oitavo. Participei do comitê individual onde consegui uma medalha de bronze, kata em equipe fiquem em segundo lugar, e o comitê em equipe que fique em terceiro lugar. No primeiro dia foram as competições individuais e no segundo em equipe”.
Ela começou no karatê no Cuca/Uefs. O sonho dela era fazer balé. “Comecei a fazer balé de karatê. O balé dói o corpo e não gostei. Fiz karatê e achei muito legal. Ganhei minha primeira competição, a Copa Astecas, e não quis mais parar. Tenho 13 medalhas no esporte”.
Falando sobre Olimpíadas, Sophia disse que sonha em participar, mas que o esporte não faz parte dos jogos olímpicos. “Em 2020 ele teve uma participação porque foi em Tóquio, no Japão. Como lá é o berço do Karatê eles deixaram participar, mas depois disso não mais”. Sophia ressalta que praticar esporte é muito importante para as crianças. “Aprender as artes marciais te ajuda a ter disciplina. Ajuda também as mulheres que passam por muitas violências. É importante aprender a se defender se houver uma necessidade”.
Na faixa verde de karatê, Sophia conta que primeiro vem a branca, de iniciante, amarela, vermelha, laranja e verde. “Quando se chega na faixa verde são três estágios: o primeiro, o segundo e o terceiro. Para conseguir os três é preciso passar um ano na faixa. Depois você pega a faixa roxa, a marrom e a preta. Sonho em chegar à preta”.
É preciso ainda se dividir entre o karatê e os estudos. “Senti muito com essa viagem porque perdi muitos trabalhos, mas estou me recuperando com a ajuda dos professores. Com a força da família e dos amigos conseguimos vencer”.
Seu pai, Paulo César, falou sobre a alegria de ver sua filha prosperando no esporte. “É uma satisfação grande ter uma filha disciplinada e que quer vencer. É uma menina de ouro. Só me dá alegria. Dou todo o apoio a ela”. Foi difícil conseguir manda-la para o Japão. “Geralmente, as autoridades não apoiam os atletas, mas, com o apoio de amigos e empresários, conseguimos que ela fosse e teve sucesso. Em nome de Jesus ela ainda vai trazer muitas medalhas para a Bahia”.
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