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Polícia Mortes

Na Bahia, quase 100% dos mortos em ações policiais são pessoas negras

A pesquisa mostra que no estado, uma pessoa negra é morta pela polícia a cada 24h.

17/11/2022 07h55
Por: Karoliny Dias Fonte: Bahia Notícias
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

A Rede de Observatórios da Segurança divulgou nesta quinta-feira (17) o boletim Pele alvo: a cor que a polícia apaga, que mostra que ao menos cinco pessoas negras são mortas em ações policias todos os dias no Brasil em 2021. 

Na Bahia, os números são ainda mais alarmantes. A pesquisa mostra que no estado, uma pessoa negra é morta pela polícia a cada 24h. Além disso, a Bahia tem o maior percentual de pessoas negras mortas pela polícia no país, que é de 98%. Foram 603 mortes de pessoas negras registradas no último ano. A Rede ressalta que o estado é o mais letal do nordeste, apresenta o maior número absoluto de mortes na região e nacionalmente fica atrás apenas do Rio de Janeiro. 

Salvador teve 299 mortes por agentes do estado e somente uma dessas pessoas não era negra. Dos dez bairros com os maiores índices no município, nove são majoritariamente negros. O que tem maior número de mortes é o bairro do Castelo Branco, com 14 registros. Quando olhamos para o estado, Salvador, Feira de Santana e Camaçari são os municípios em que a polícia mais mata pessoas negras. 

Os dados são das secretarias de segurança e foram obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI). Das 3.290 mortes em ações policiais em 2021, 2.154 vítimas eram negras. A Rede de Observatórios contabilizou os números de sete estados: Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. 

A Rede de Observatórios, é um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), com apoio da Fundação Ford. Participam também a Rede de Estudos Periféricos, da UFMA e IFMA, e o Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens, da UFPI se unem a Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas (INNPD); Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop); Laboratório de Estudos da Violência (LEV/UFC) e ao Núcleo de Estudos da Violência (NEV/USP). O objetivo é monitorar e difundir informações sobre segurança pública, violência e direitos humanos.

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