David Rodrigues, xilogravador e ex-secretário de Cultura de Cachoeira, falou sobre um curso de xilogravura que será ministrado na cidade. Ele será voluntário nesse curso e acontece nos dias 28 e 29 de maio. Todas as vagas já foram preenchidas. Ele acontecerá no Centro do Cultura Nelson Lobo, um espaço na Ladeira da Cadeia. “Esse é um curso de xilogravura em linóleo. A xilogravura tem a forma de ilustração e eu dou cursos e estou expandindo. Tenho esse e mais duas comunidades onde farei cursos gratuitamente e sem apoio institucional nenhum”.
O curso é para 15 alunos e todos eles serão trabalhados e começa a partir das 9h. Logo após, será feito um arame xilográfico para eles. “O importante não é apenas dar o curso, mas tentar viabilizar o trabalho deles. Eu sou guia de turismo e posso marcar com eles no momento que trazê-los para a cidade”. Ele pretende passar a sua técnica no curso a qual chama de Davidismo.
O xilogravador diz que faz esses cursos por amor. Neles, ele colocará a essência histórica da Mata do Rosário para que se ilustre-os. Quem é poeta já faz um trabalho interessante no centro onde será realizado o curso e o que ele fez foi unir os dois trabalhos. “Já estou organizando um Clube de Papeis. Estou conversando com amigos de outras universidades e a ideia do clube será muito bem apreciada. É uma nova forma de trazermos a importância do papel que entra na escrita, nas artes, nos jornais. Despertaremos ele não apenas em Cachoeira como também no Recôncavo Baiano”.
David acredita que as artes visuais perderam muito. “Agora que o Governo do Estado editou um salão de artes e essa promoção será interessante. A cidade de Cachoeira ficou sem galerias e não temos espaços para fazer exposições. Nós não conseguimos incluir as artes visuais dentro das atividades e consegue fazer apenas uma programação e só”.
David tem buscado locais na cidade que podem se tornar galerias e pede ajuda da Câmara de Vereadores da cidade para fazer uma exposição na mesma. “Tentamos amarrar, com todas as dificuldades que estamos vivendo, mas são os artistas que mais precisam de galerias que tem perdido. Eu já sou livre porque tenho meu arame, chegou na rua e coloco. Vou a todos os lugares com ele”.
Ele pede que seja feita uma galeria na cidade para que os artistas visuais possam expor os seus trabalhos. “Quero ainda que eles sejam estimulados a isso. Temos vários artistas que podemos coloca-los até para dar cursos. Temos uma geração que está pintando muito bem e precisa de apoio e estímulo. Precisa agregar. O turista que vem em Cachoeira não vem ver apenas os terreiros e as igrejas, ele vem ver também o artesanato, as artes visuais, teatro, dança e o que a cidade tem como arte. Tem que agregar essas linguagens para termos um fortalecimento e depois pensar em região”.
Trabalhos
David está terminando os livros “As 13 noites de Santo Antônio” e “Brincadeiras de criança: lendas e mitos” e está fazendo o “Tarô do Recôncavo”, onde recebe a ajuda de uma indiana para finalizá-lo. Ele já está fazendo o esboço do “Baralho do Recôncavo” e nesse baralho terá o texto de um escritor de cada cidade. Ele prepara ainda “As figuras carcomidas de Cachoeira” que são 30 gravuras em que ele está fazendo as caricaturas e apresentará em um livro.
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