A neoindustrialização tem sido muito debatida a fim de aumentar a produtividade da indústria, focada no aumento da agregação de valor, na inovação, na modernização, na redução da pegada de carbono e na sustentabilidade. Nesta terça-feira (3), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) participou do evento ‘Política Industrial e Desenvolvimento: Oportunidades para a Bahia na Neoindustrialização’, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). O objetivo da iniciativa estratégica foi divulgar ações de política industrial e promover interação entre empresas, instituições de financiamento e Sistema S.
O secretário da SDE, Angelo Almeida, parabenizou a iniciativa do evento e afirmou que a economia baiana tem demonstrado resiliência e capacidade de reinvenção. “A Ford saiu de Camaçari, mas deixou um legado valioso que é seu Centro de Desenvolvimento e Tecnologia, que emprega mais de 1 mil engenheiros e técnicos. A chegada da BYD, gigante chinesa do setor automotivo, é uma prova de que estamos no caminho certo para reconstruir e ampliar nossa base industrial. No médio prazo, a montadora tem o potencial de se tornar um novo motor de crescimento industrial para a Bahia”.
Ainda de acordo com o gestor da pasta, a integração entre a indústria tradicional e os serviços intensivos em conhecimento é o caminho para superar desafios históricos, como a dependência de setores de baixo valor agregado e as dificuldades de inserção em cadeias produtivas globais. “Outras oportunidades estratégicas estão no setor de mineração, onde novos investimentos estão sendo direcionados para minerais essenciais, como o vanádio, a grafita e o silício de alta pureza, que são cruciais para a produção de baterias, semicondutores e células fotoelétricas, pilares da nova economia global. Recursos que colocam a Bahia em posição privilegiada para atender à demanda crescente por tecnologias limpas e avançadas”, afirma.
A Bahia tem a matriz energética mais limpa do país, liderando a geração de energia eólica e solar no Brasil. Essa posição abre janelas de oportunidade únicas para a atração de investimentos industriais ‘verdes’, que valorizam o uso de energia sustentável. O estado também está avançando no campo do hidrogênio verde, com iniciativas voltadas à produção desse combustível do futuro, que será essencial para descarbonizar setores industriais e de transporte. Também nesse caso, é preciso lembrar que é possível avançar no adensamento das cadeias. Isso já ocorre no caso da energia elétrica, com empresas como a Goldwind e Sinoma produzindo equipamentos e componentes para usinas.
Durante o evento foram apresentados instrumentos de estímulo ao desenvolvimento industrial regional, eixos prioritários como financiamento, margem de preferência para compras públicas e transformação digital das micro e pequenas empresas. Estiveram presentes na mesa de abertura junto com o secretário Angelo Almeida; o vice-presidente do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (Cieb), Hilton Lima e o superintendente da Política Industrial da CNI, Fabrício Silveira. De forma remota, estiveram Luiz Costa Neto, vice-presidente da Fieb, o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Rafael Lucchesi e a secretária Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do Ministério da Integração e do Desenvolvimento, Adriana Melo Alves.
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