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Bahia movimenta mais de R$ 80 bilhões com a economia do mar

Somente na Baía de Todos os Santos, além da capital, Salvador, existem 15 municípios que compõem o Recôncavo Baiano estão localizados no entorno da Baía de Todos os Santos.

21/10/2024 07h30
Por: Karoliny Dias Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O cenário para a implantação do Cluster de Tecnologia Naval na Bahia é dos mais promissores para a economia do Estado, o que entusiasma os parceiros iniciais da iniciativa e traz boas perspectivas de investimentos futuros no setor. Com um vasto litoral, de 1.116 quilômetros - o maior do Brasil - dispondo da maior baía, a de Todos os Santos (a segunda maior do mundo), e 46 municípios banhados pelo mar. a Bahia desponta como um dos principais potenciais para o sucesso do cluster naval.

Somente na Baía de Todos os Santos, além da capital, Salvador, existem 15 municípios que compõem o Recôncavo Baiano estão localizados no entorno da Baía de Todos os Santos. Nele estão as principais atividades econômicas do estado, como o Polo Petroquímico de Camaçari e o Centro Industrial de Aratu, além dos portos de Salvador e de Aratu, e Terminal de Cotegipe, a Base Naval de Aratu e o Estaleiro Naval Enseada do Paraguaçu.

Nesse cenário vasto e diversificado, estima-se que a economia gerada pelas atividades diretas e indiretas oriundas do mar, movimente mais de R$ 80 bilhões anuais, em setores que vão do turismo às atividades industrias e extrativistas. O potencial econômico do litoral baiano, delineado pelos idealizadores do Cluster de Tecnologia Naval da Bahia, destaca que além da Baía de Todos os Santos, o estado possui amplas áreas para futuros investimentos voltados para a economia naval, como a Baía de Camamu, e um litoral diversificado, propícios às mais diversas atividades econômicas.

Economia

Os estudos estimativos feitos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). revelam que a economia do mar na Bahia movimenta cerca de R$80 bilhões por ano,e que em todo o Brasil essa cifra chegue a aproximadamente R$2 trilhões, um valor comparável ao do agronegócio nacional. Na Bahia, contudo, até então, esse setor ainda atua de forma isolada, com iniciativas pontuais. que não refletem o imenso potencial econômico que o estado possui nessa área.

Com enorme potencial para o turismo náutico, a região, nos seus 1.100 quilômetros quadrados concentra 56 ilhas, além de uma biodiversidade marinha, como restingas, manguezais, estuários e enseadas. No seu interior possui uma espécie de baia interior, a do Iguape, na região de confluência com o Rio Paraguaçu, o segundo maior do estado, perdendo em extensão e volume de água apenas para o Rio São Francisco.

Toda essa diversidade econômica e biodiversidade ambiental e geográfica, além do próprio aspecto histórico, por ser o berço da nacionalidade brasileira, despertou o interesse de grupos empresariais, que veem nesses potenciais amplas possibilidades de ampliação dos atuais empreendimentos, e da captação de novos investimentos, nos mais diversos setores da economia.

Esse tipo de economia abrange uma vasta gama de atividades, como portos, pesca, aquicultura, turismo marítimo, petróleo e gás offshore, e geração de energia eólica no mar. Em 2014, Salvador e a Baía de Todos-os-Santos foram reconhecidas como a capital da Amazônia Azul devido à sua posição estratégica e relevância histórica para o país. Esse título reflete o protagonismo da Bahia na economia do mar e o potencial ainda a ser explorado.

Desafios

Além de aglutinar interesses diversos, mas correlatos, voltados para a economia do mar, a implantação do Cluster de Tecnologia Naval da Bahia, tem grandes desafios pela frente para tornar o estrado um dos principais polos de atração de investimentos nesse setor. Entre as iniciativas para fortalecer o setor, destaca-se o desenvolvimento do Atlas da Economia do Mar da Bahia, que tem o objetivo de mapear as atividades e oportunidades no estado, e a criação do Centro Nacional de Economia do Mar (Cenemar). Essas ações, conduzidas pela Comissão de Economia do Mar da Associação Comercial da Bahia (ACB), buscam organizar, articular e investir em conhecimento sobre as atividades marítimas e portuárias da região.

Além disso, a Bahia com sua extensa linha costeira e complexo portuário, enfrenta problemas estruturais, como a falta de conexão ferroviária com o Porto de Salvador, mas também oportunidades significativas de atração de investimentos. Relatórios da OCDE indicam que há crescente interesse de investidores na economia oceânica sustentável, especialmente em setores como alimentos marinhos, energia eólica offshore, e mineração.

O desenvolvimento da economia do mar na Bahia é visto como um caminho promissor para o crescimento econômico e geração de empregos, destacando a necessidade de capacitação e investimento em educação voltada para o setor. As iniciativas para criar um ambiente favorável para a economia azul reforçam o papel do estado como um dos principais polos marítimos do Brasil.

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