O comércio varejista baiano registrou retração de 2,8% nas suas vendas em junho de 2024, frente ao mês imediatamente anterior. No cenário nacional, houve queda de 1,0%, na mesma base de comparação. Com relação a igual mês do ano anterior, a Bahia apresentou crescimento de 1,7%, vigésima taxa positiva consecutiva. No Brasil, na mesma base de comparação, as vendas expandiram 4,0%. Essas taxas resultaram, no acumulado do ano (primeiro semestre), em variações positivas de 9,1% e 5,2%, respectivamente, no âmbito estadual e nacional. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
A retração nas vendas do varejo na Bahia em junho, em relação a maio, após um expressivo resultado (11,2%), pode ser justificado pelo aumento do endividamento das famílias baianas, a despeito da comemoração do Dia dos Namorados e dos festejos juninos. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em junho/2024, o índice registrado na Bahia foi de 66,5%, ao passo que havia sido de 65,4% em maio.
Em relação ao ano anterior, as vendas foram influenciadas pelo comportamento do nível geral de preços, que registrou deflação, pela melhoria do crédito para pessoa física, aumento no número de ocupados, impulsionado pela comemoração do São João, e taxas de juros mais acessíveis, embora ainda em níveis elevadas.
Ramos de Atividade
Por atividade, em junho de 2024, os dados do comércio varejista do estado baiano, quando comparados aos de junho de 2023, revelam que seis dos oito segmentos que compõem o indicador registraram comportamento positivo. O crescimento nas vendas foi verificado nos segmentos de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (9,9%), Móveis e eletrodomésticos (7,5%), Tecidos, vestuário e calçados (3,7%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,1%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (0,8%). Enquanto Combustíveis e lubrificantes (-10,0%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-22,2%) registraram taxas negativas. No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que as vendas de Móveis, Eletrodomésticos e Hipermercados e supermercados cresceram 10,9%, 4,5%, e 4,0%, respectivamente.
Os segmentos de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, Móveis e eletrodomésticos e Outros artigos de uso pessoal e doméstico exerceram as maiores influências positivas para o setor. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, segmento de maior peso para o indicador de volume de vendas do comércio varejista, manteve crescimento nas vendas pelo décimo terceiro mês consecutivo. O seu comportamento foi influenciado por uma estabilidade nos preços dos alimentos verificada nesse mês e aumento do emprego formal pelo sexto mês consecutivo.
O segundo a influenciar as vendas do setor foi Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos. O seu desempenho decorre do aumento da massa real de rendimento do consumidor e desaceleração nos preços dos produtos comercializados pela atividade. Móveis e eletrodomésticos registrou o terceiro melhor desempenho no mês analisado. Segmento bastante influenciado pela disponibilidade de crédito, teve suas vendas impulsionadas pela deflação verificada nos bens comercializados no ramo e juros mais acessíveis.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico foi a quarta atividade a registrar melhor desempenho para o setor nesse mês. Esse ramo, que engloba diversos segmentos, como lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos etc., teve suas vendas influenciadas pela comemoração do Dia dos Namorados e do festejo junino, devido ao aumento do emprego e da renda disponível. Por outro lado, Combustíveis e lubrificantes registrou, com o recuo de 10,0% nas vendas, forte influência para o comportamento do setor nesse mês. As constantes elevações dos preços verificadas nesse segmento levam o consumidor a repensar o uso do seu veículo, buscando novas alternativas de mobilidade.
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